Com o objectivo de ilustrar o tipo de trabalho que se pretende que os adultos em processo produzam de forma a evidenciarem eventuais competências que possuam, à luz do Referencial de Competências-Chave, deixamos aqui três novos excertos de portefólios:
"No meu actual posto de serviço, na Amarsul trabalho com vários equipamentos relativamente aos quais tenho de ter alguns cuidados específicos, como por exemplo:
As bombas centrífugas, são as bombas que promovem o escoamento das águas para a EPTAR (Estação de Pré-Tratamento de Águas Residuais) são controladas num quadro de comando, que se encontra localizado na Oficina.
"No meu actual posto de serviço, na Amarsul trabalho com vários equipamentos relativamente aos quais tenho de ter alguns cuidados específicos, como por exemplo:
As bombas centrífugas, são as bombas que promovem o escoamento das águas para a EPTAR (Estação de Pré-Tratamento de Águas Residuais) são controladas num quadro de comando, que se encontra localizado na Oficina.
O comando das bombas é utilizado para controlar o funcionamento destas de modo a que o caudal de água que chega à EPTAR seja o adequado, evitando transbordos nas instalações do Ecoparque e na própria EPTAR.
O comando das bombas pode ser realizado de dois modos: manual ou automático.
O comando manual é realizado quando existem condições meteorológicas adversas, nomeadamente precipitação intensa, que aumenta a produção de lixiviados que são necessários escoar para a EPTAR.
O comando manual é realizado quando existem condições meteorológicas adversas, nomeadamente precipitação intensa, que aumenta a produção de lixiviados que são necessários escoar para a EPTAR.
O comando automático é o modo em que normalmente se encontra o sistema de bombagem.
Nos períodos nocturnos, fins-de-semana e feriados, sempre que o sistema se encontra em modo manual, somos nós vigilantes que temos de ligar e desligar as bombas, controlando o número de horas de funcionamento. Nesta situação é necessário vigiar as lagoas da EPTAR verificando qual o nível que exige ligar ou desligar as bombas. Estas tarefas exigem capacidade de avaliação e decisão. Por exemplo se a lagoa se encontrar muito cheia temos de ligar as bombas, para que a lagoa do lixiviado fique mais vazia, pois esta quando está a chover muito, enche rapidamente e temos de ter em atenção para que não verta para fora. Pois esta bomba só pode estar ligada por um período de duas horas se ultrapassar estas duas horas temos um sistema de alarme ligado à portaria que dispara assim que a lagoa se encontra cheia.
Trata-se de uma das tarefas nas quais nós, vigilantes, devemos de agir com responsabilidade já que qualquer descuido pode gerar acidentes graves nas instalações."
Marina Marcos, certificada com o Nível Secundário
Marina Marcos, certificada com o Nível Secundário
"Actualmente ouve-se falar em ergonomia, mas a primeira vez que ouvi tal palavra foi no ano de 1999, quando comecei a trabalhar na linha de montagem na fábrica da Volkswagen na Auto Europa em Palmela. Aqui havia a preocupação de adaptar o trabalho às características fisiológicas e psicológicas do ser humano ou seja adaptar o trabalho ao Homem e não o contrário. Acredito que a ergonomia surgiu da necessidade de aliar a eficácia à segurança e à qualidade do trabalho.
Na empresa onde estou actualmente, só recentemente a ergonomia começou a dar os primeiros passos. A elevada taxa de absentismo, de acidentes de trabalho e o descontentamento geral dos trabalhadores face à falta de condições tem movido a empresa a melhorar as condições de trabalho. Uma das medidas foi colocar uma caixa de sugestões e se estas sugestões realmente forem válidas, trabalhador recebe um incentivo monetário. (...)
No fim do mês de Agosto recebi mais 50€ no vencimento por sugestões dadas. Uma sugestão teve a ver com o facto de que as pessoas não têm todas a mesma altura, e nós temos bancadas de trabalho que servem para visualisar os pára-choques que são peças grandes, e nesta situação as pessoas altas ficam beneficiadas. Mas para visualisar peças pequenas estes funcionários ficam numa posição desfavorável, facilitando muito as dores nas costas. No meu caso faz com que tenha de me pôr em bicos de pés para visualisar os pára-choques mas quanto às restantes peças fico com a estatura correcta. Por isso sugeri (...) que as bancadas se pudessem ajustar em altura.
A outra sugestão teve a ver com as máquinas de polir, porque têm um manípulo que tem que ser pressionado para que a mesma funcione. Acontece que umas o têm o manípulo para cima, outras para baixo e outras para o lado. Quem trabalha com esta maquinaria sabe que a reparação da peça é mais rápida se o manípulo estiver para o lado esquerdo, no caso das pessoas destras, ou para o lado direito no lado das pessoas esquerdinas. Para além de ser o movimento correcto de se posicionar e de manusear, sem lesar ou esforçar os pulsos, os braços, as costas ou calejar os dedos, deixando livre o polegar para exercer a pressão necessária, ao mesmo tempo a máquina está segura pelos restantes dedos e pela palma da mão, portanto não há qualquer hipótese de ocorrerem danos ou lesões físicas para o trabalhador. Para a empresa também é benéfico, porque os trabalhadores ao efectuarem o trabalho com a postura correcta, não só proporciona que se trabalhem mais peças em menos tempo, mas também se reduzam os acidentes de trabalho, as baixas médicas e o descontentamento laboral.
Eu em todos os postos trabalho que tenho tido ao longo da vida sempre analisei a melhor maneira que efectuar as funções, mas nem sempre foi a pensar na saúde, mas sim como poderia, com pouco, esforço fazer um trabalho perfeito e com qualidade."
Ana Paula Oliveira, certificada com o Nível Secundário
"Em 2005 fui convidado para integrar a equipa de projecção. Comecei como ajudante de projeccionista, as primeiras máquinas de projecção com que trabalhei eram as VICTORIA 5. (...)
Ana Paula Oliveira, certificada com o Nível Secundário
"Em 2005 fui convidado para integrar a equipa de projecção. Comecei como ajudante de projeccionista, as primeiras máquinas de projecção com que trabalhei eram as VICTORIA 5. (...)
As novas máquinas digitais são fornecidas pela empresa BARCO, que é uma empresa australiana que fabrica este tipo de máquinas digitais de cinema.
Quando a empresa colocou estas máquinas digitais ao serviço deu-me uma formação extra. Aprendi a programar, mudar lâmpadas de xénon digitais, esta formação durou alguns dias e teve lugar no cinema do centro comercial Colombo, em Lisboa.
Quando a empresa colocou estas máquinas digitais ao serviço deu-me uma formação extra. Aprendi a programar, mudar lâmpadas de xénon digitais, esta formação durou alguns dias e teve lugar no cinema do centro comercial Colombo, em Lisboa.
Estas são muito mais compactas e fáceis de utilizar, para aprender a utilizar estas máquinas em perfeitas condições demorei cerca de seis meses, nas máquinas antigas só passados cerca de dois anos é que tinha aprendido praticamente tudo acerca da máquina.
As máquinas digitais funcionam basicamente através de redes, toda a informação está guardada no disco, que tem aproximadamente novecentos gigas de memória. A máquina digital está ligada a um servidor de armazenamento, que tem cerca de dezasseis terabytes. Este servidor armazena todos os filmes que estão e que estiveram em exibição, caso o cinema tenha de fazer uma sessão extra e o filme não esteja em exibição, pode ir-se ao servidor e transferir para a máquina digital, em vez de mandar vir uma cópia, como antigamente. A máquina é controlada apenas por um ecrã touch, a partir daqui pode-se fazer praticamente tudo: ligar as luzes da sala, aumentar ou diminuir o zoom, colocar o filme em pausa e muitas outras coisas que nas máquinas antigas teriam de ser feitos manualmente. Por exemplo, para aumentar ou diminuir o zoom nas antigas tinha de se rodar a lente para regular. A própria máquina dispõe o programa Messenger para se poder falar com o fornecedor em caso de alguma avaria, o fornecedor está situado na Bélgica. Em termos de componentes das máquinas digitais, aprendi algumas coisas com técnicos e também com o livro de instalação que nos foi fornecido pela empresa (anexo 4). (...)
A diferença nas digitais é que podem ser programadas para funcionarem durante dias, e já não é preciso fazer a montagem da máquina em cada sessão, como as antigas Victoria 5. (...)
Mas também dão muitos problemas, na minha opinião acho que dão mais problemas até que as máquinas de fita de 35mm: vários erros informáticos, a lâmpada quando está a chegar as horas finais começa a deixar de funcionar, ou seja, a evolução também causa bastantes problemas. (...)
Foi uma evolução em que as máquinas ficaram a ganhar, pois houve várias pessoas a quem foram extintos os seus postos de trabalho devido à evolução destas máquinas.
Como foi o meu caso, eu era projeccionista e as máquinas digitais automatizadas foram criadas para substituir o ser humano. Como se costuma dizer, é uma faca de dois gumes: ajudam bastante os gerentes mas foram criadas para substituir o projeccionista, ou seja, o meu trabalho e o de muitas outras pessoas foi simplesmente extinto."
Luís Rocha, certificado com o Nível Secundário
Luís Rocha, certificado com o Nível Secundário
2 comentários:
Boa iniciativa,
Bom trabalho,
Cidália
TDE
Um obrigado a todos os formadores pela ajuda e disponibilidade! Sem eles provavelmente ainda estaria no processo!
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