"A qualidade de vida que se goza na aldeia, desde a água cristalina ao ar puro da serra, os bons legumes e todos os produtos da região, a calma que com que se vive lá, o equilíbrio social e ecológico que a caracteriza, são factores de atracção para mim e para muitos que desejam voltar para poderem desenvolver as suas actividades longe dos grandes centros urbanos, embora todos saibamos que é um sonho difícil de concretizar pela desertificação, pela dificuldade da agricultura artesanal, mas mesmo assim há muitos a tentar.
O retorno às origens é um sinal claro da necessidade de preservar a identidade, é neste ponto que as aldeias têm um valor que em muito ultrapassa a sua dimensão sócio – económica.
A aldeia continua a ser um ponto de referência, tanto para os que lá nasceram e de lá partiram, como para os que não tendo nascido lá, por razões de laços familiares a elas estão ligadas.
Numa aldeia anda-se a pé para o trabalho, para a mercearia, para a casa dos familiares, para a igreja, o mesmo não acontece na cidade, perdemos horas em transportes para nos deslocarmos, muito embora seja nos grandes centros que estão as oportunidades para tudo: trabalho, educação, cultura, etc.
Mas o stress em que vivemos na cidade leva-nos a pensar se valeu a pena termos partido e deixado para trás as nossas origens, se não teríamos sido outras pessoas, mais felizes e com mais qualidade de vida, se tivéssemos ficado e desenvolvido o interior hoje teríamos um país melhor.
As políticas erradas dos últimos cinquenta anos, que levaram a que o interior ficasse desertificado e os centros urbanos ficassem com excesso de população, tornam o dia-a-dia excessivamente mecanizado, tornando os seres humanos menos humanos.
Muitos dos nossos vizinhos não os conhecemos e nem há o hábito de nos cumprimentarmos, em muitas pessoas não há o menor sentido de comunidade.
Vou transcrever um poema de Carlos Drummond de Andrade que retrata bem a solidão das cidades … "
A Bruxa
"Estou cercado de olhos,
De mãos, afectos, procuras
Mas se tento comunicar-me
O que há é apenas a noite
E uma espantosa solidão. "
O retorno às origens é um sinal claro da necessidade de preservar a identidade, é neste ponto que as aldeias têm um valor que em muito ultrapassa a sua dimensão sócio – económica.
A aldeia continua a ser um ponto de referência, tanto para os que lá nasceram e de lá partiram, como para os que não tendo nascido lá, por razões de laços familiares a elas estão ligadas.
Numa aldeia anda-se a pé para o trabalho, para a mercearia, para a casa dos familiares, para a igreja, o mesmo não acontece na cidade, perdemos horas em transportes para nos deslocarmos, muito embora seja nos grandes centros que estão as oportunidades para tudo: trabalho, educação, cultura, etc.
Mas o stress em que vivemos na cidade leva-nos a pensar se valeu a pena termos partido e deixado para trás as nossas origens, se não teríamos sido outras pessoas, mais felizes e com mais qualidade de vida, se tivéssemos ficado e desenvolvido o interior hoje teríamos um país melhor.
As políticas erradas dos últimos cinquenta anos, que levaram a que o interior ficasse desertificado e os centros urbanos ficassem com excesso de população, tornam o dia-a-dia excessivamente mecanizado, tornando os seres humanos menos humanos.
Muitos dos nossos vizinhos não os conhecemos e nem há o hábito de nos cumprimentarmos, em muitas pessoas não há o menor sentido de comunidade.
Vou transcrever um poema de Carlos Drummond de Andrade que retrata bem a solidão das cidades … "
A Bruxa
"Estou cercado de olhos,
De mãos, afectos, procuras
Mas se tento comunicar-me
O que há é apenas a noite
E uma espantosa solidão. "
Maria da Guadalupe Rodrigues (Em processo RVCC de Nível Secundário)
"A Lisnave também teve efeitos negativos, poluiu os terrenos onde estava implantado o estaleiro e penso que ainda está, espera-se que seja despoluído antes de lá construírem. Durante muitos anos, os moradores das proximidades do estaleiro foram muito prejudicados com a poluição e os ruídos.
Os prédios que foram construídos ao longo dos anos e as queixas dos moradores, em boa parte contribuíram para que a reparação naval fosse transferida para a Mitrena, onde já havia um estaleiro.
O estuário do Rio Tejo também foi bastante prejudicado com o estaleiro, devido à poluição natural e acidental, durante muitos anos.
Oficialmente, e talvez legalmente, porque não haveria legislação ou se havia não era cumprida a grenalha, que é um produto metálico utilizado para decapar o costado dos navios, depois de utilizado, ficava no fundo da doca. Os navios, depois de estarem decapados, eram pintados, muitos deles com tintas venenosas. Os restos das tintas, diluentes e outras matérias poluentes envolviam-se na dita grenalha, que era, posteriormente, transportada num batelão e descarregada no Rio Tejo, frente a Cacilhas. Esta operação repetiu-se durante anos e tudo e todos a assistir, impávidos e serenos. Tantas vezes me interroguei e comentei com os meus colegas: «onde andam as Autoridades Marítimas?». Para bem do Tejo, a Lisnave foi transferida para a Mitrena, onde já existem outras condições, inclusivamente a água das docas antes de ser devolvida ao Rio Sado, passa por uma estação de tratamento.
Outras medidas também foram tomadas, em termos legislativos e de fiscalização. O que veio pôr termo aos esgotos domésticos que eram conduzidos para o rio sem tratamento. Muito foi feito para contrariar esta situação. Já se construíram estações de tratamento e foi metida tubagem submersa para que os esgotos, depois de tratados, sejam lançados no Oceano Atlântico.
As embarcações que navegavam nos rios e na costa descarregavam alguns esgotos directamente para a água. Hoje, felizmente, nada disso se faz. As casas das máquinas e outros compartimentos dos navios, que tenham óleos ou águas sujas, são esgotados para recipientes próprios e conduzidos para as estações de tratamento.
Com as novas tecnologias hoje é possível, por radar e via satélite 24 sobre 24 horas, controlar todos os movimentos e localização dos navios que navegam na nossa costa e detectar possíveis derrames ou esgotos acidentais ou ocasionais. Os Senhores Comandantes e outros tripulantes, ao terem conhecimento das consequências e das pesadas coimas não arriscam."
José Rodrigues
(Em processo RVCC de Nível Secundário)
Sem comentários:
Enviar um comentário